terça-feira, 15 de setembro de 2009

Rodeio....

olá,
bem, aí vai mais um texto dos antigos. na verdade ele faz parte de um projeto meu de 2005 que retomei essa semana. o segundo volume de Toda Forma de Amor , e leva o titulo de "De encontro ao destino" - narra a saga de um peão de rodeio em busca de realizações.
grande abraço


“The cowboys lifes”

O chão parece tremer, todos sentem uma energia que emana de algum lugar que nem imaginamos. Dá-se inicio a um dos maiores espetáculos da Terra, onde homem e natureza travam uma brava luta para provar quem é o melhor.
Olho no olho, peão e boi se encaram familiarizados, de um outro lugar, de um outro tempo, algo inexplicável mostra a eles que o desafio é um teste de sobrevivência de ambos... não se tem pra onde fugir...
Na arena, onde reina uma estrondosa voz, o narrador dá seguimento ao show, entrando em nossos ouvidos, cativando e procurando tocar fundo no coração de cada pessoa presente, para mostrar que ali, durante apresentações de 8 segundos tudo pode acontecer.
Começa-se o espetáculo, fogos de artifício sobem rasgando a imensidão do céu noturno, e numa explosão de cores que deixa a todos de olhos vidrados a contemplar a magia de um Rodeio. O locutor presta as homenagens, fala das equipes técnicas, dos ajudantes, patrocinadores, solenidades presentes, todos coadjuvantes perto dos verdadeiros astros: salva-vidas; peões, animais.
Eles sonharam em ser grandes vencedores, mas despertaram paixões por ajudar seus amigos, e assim se tornaram salva-vidas de rodeios, que de uma montaria para outra, entretém o publico com suas anedotas e palhaçadas, mas na seriedade de seu trabalho dão a vida para salvar seus amigos dos chifres ou pisoteadas que podem se tornar fatais.
Meninos de roça, “avechados”, tímidos, que encontram no lombo de animais a vontade de vencer, fazer sucesso, garantir seu lugar ao sol, de uma forma que poucos ousariam. Trabalham apenas oito segundos por dia, e durante esse tempo que a olhos vistos pode parecer nada, eles tiram seu sustento, se machucam, morrem, ganham... cada montaria uma dança, sem sinfonia ou orquestra, apenas uma dança de bravos e corajosos.
Estrelas da festa, os animais ficam na retaguarda, nos falam através dos olhos o que sentem, sabem para que estão ali, e o show maior fica por sua conta, em um pulo grandioso, numa rodada intrigante em que tiram as quatro patas do chão, fazendo a poeira subir, arrancando OHHH e VIVAS da platéia, tem sempre alguma novidade que somente eles comandam, longe do controle humano, eles seguem o ritmo que querem dentro da arena, brincam com os cowboys, divertem a platéia, encerrando dentro de si vontades e emoções que nesta vida nem podemos imaginar que existem.
A final das apresentações um momento único, em que todos os corações se tornam um só, e numa fé inabalável, tira-se os chapéus, levanta-se as mãos para cima, e todos pedem graças e proteção aos céus, para que ali naquele palco seja vista uma bela festa.
Rodeio uma forma de interagir as pessoas, de ganhar a vida, de fazer fama, de ser simples. E isso é rodeio, é simplicidade.

Diego R. Kibim

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