segunda-feira, 24 de maio de 2010

O bom ouvinte...

Pela enésima vez em muito tempo, alguém me chamou de um bom ouvinte, e sabe que é verdade. Se eu sou bom? Sei lá, mas que eu tenho a tendência natural de que as pessoas se abram comigo e confiem em mim, busquem minha opinião nos diversos assuntos da nossa rotina, muitas vezes apenas me conhecendo no ponto de ônibus, faz tempo que percebo isso.
Seria até prepotência dizer que a maioria das coisas que eu digo possa solucionar a vida de alguém, longe de mim, apenas formo a minha opinião porque estou sendo solicitado pra isso e além de ouvir também gosto muito de falar, trocar experiências, conhecer, compartilhar, adoro o “ser humano”, e suas minúcias e nuances, performances e personalidade. Será que devo abrir um “divã”??? Brincadeira, mas acaba que já me questionei em muitos momentos dessa vidinha, o quão esse “DOM” me faz bem, e o quão me faz mal!
Sou tão assim, “o outro”, absorvo tanto o lado de lá, que esqueço muitas vezes de mim, e tantas vezes iguais, queria eu estar no divã, e ter alguém pra me ouvir, e ao final, me escancarar com as verdades que meus olhos tapam, que meu coração sufoca, que minha alma clama, alguém pra sorrir e dizer, _”Pois é Kibim, nem sei o que dizer” – mas ao final dessas palavras, me dê apenas um abraço, um abraço de amor, nas suas diversas formas. Grato sou a Deus, por me proporcionar essa dádiva, de sem que eu queira, acabe fazendo a diferença nas decisões importantes de outras pessoas, sem que eu note, talvez indique os caminho do bem, ao irmão do lado, sem que eu me sinta maior por isso, servir de reflexo para alguns que estão a minha volta... mas confesso que me sinto só, um solitário errante, um cavaleiro nômade, vagante, um debutante no baile lotado de rostos, onde eu grito aos plenos pulmões no centro do salão, onde eu me mostro verdadeiramente sem mascaras e personagens, mas ninguém parece me notar, ninguém vê que sou tão humano quanto os que ali estão, formado de sentimentos e emoções, tomando decisões importantes e as vezes confuso e perdido quanto qualquer outra pessoa, cheio de sonhos e fantasias, querendo compartilhar qualquer uma delas, as vezes no cafezinho do trabalho, ou mesmo na roda de um bar, sou invisível, mas visível para FAZER. Uma grande contradição, Dom ou Maldição??? Minha fé quer que eu acredite que seja DOM, apesar das feridas e chagas que carrego em um músculo localizado do lado esquerdo do peito, e dos segredos que meus olhos mostram ao mundo, mas ninguém consegue ler, dos gestos que por momentos deixo transparecer para que vejam verdadeiramente muitas de minhas características que queria compartilhar sem medo... um dia, acho que vou encontrar um KIBIM por aí, e aí sim, o Diego Rodrigues vai sentar no divã, verdadeiramente como nunca fez.

ps. independente disso, sou extremamente grato aos bons e nobres amigos que tenho, amigos esses que fazem a diferença na minha vida, sou feliz por ter essa capacidade de entendimento e de ouvir e falar muitas vezes o que as pessoas precisam, porque foi assim que conheci as melhores “dessa minha caminhada, que ainda não acabaou!

“a medida que o tempo passa, o homem caminha só, porque só é seu destino” – Verter Lumear (meu avôzinho)

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