segunda-feira, 14 de junho de 2010

Toda Forma de Amor II - Companheiros

abaixo, o Prologo do próximo livro que pretendo mandar pra edição, apesar que o 1º (Toda forma de Amor I - Rosas brancas), está meio parado....

Toda forma de Amor II – Companheiros
 
Prólogo
 
Fim de tarde, o sol ia caindo nos vales e furnas na pequena cidade de Pedreiras. O tempo estava bom, ventava muito ali naquela chácara, no alto do bairro Jardim das Pedras, deixando o lugar mais fresco. Havia ainda alguns convidados atrasados. E claro, a noiva.
Niel , caminhou até os fundo da casa, o lugar que mais gostava, de onde podia vislumbrar toda furna em volta do bairro. Um lindo cenário, que naquele momento era brindada com um pôr-do-sol espetacularmente belo. Os raios do astro-rei, tingiam as arvores e morros de um laranja forte que ardia os olhos. Ele se encostou numa arvore e ficou contemplando a paisagem. Ainda faltava algum tempo pra cerimônia.
Tirou do bolso do smoking um gravador digital, ligando em seguida.
 
_Não sei bem como fazer isso, mas sei que vou fazer. – ele aproximou o aparelho da boca. - _Hojé é o dia do meu casamento, e com certeza é um dos dias mais importantes de minha vida. Estou bem feliz, mas sinto um vazio, que acho que só vai ser preenchido com esse relato.
Meu nome é Niel Junior, moro aqui na cidade de Pedreiras desde que nasci, e pelo que sei, acho que vou morar aqui pra sempre. Se bem que essa palavra pra sempre é muito comprida.
Engraçado, nunca acreditei que ia me casar primeiro que todos meus outros amigos, mas tinha um deles, o melhor deles, que só falava isso:

“_Niel, você vai ser o primeiro a se casar! – Pedro disse, antes de bebericar a cerveja.
_Corta essa! Lá vem você novamente com essa! – Niel pegou também o copo e levou a boca.
_Se quiser apostar? – Pedro o desafiou.
_Olha aqui Sr. Fica aí falando aos ventos, vai acabar casando antes de mim.
_Acho dificil hein.
_Ué, dificil porque?
_Finja de bobo não.
_Eu casaria facil com você. – ele sacaneou o amigo - _Até que é bonitinho!
_Vai cagá. Não te dou chance rapaz. – Pedro riu também.
_Mas é sério, não pensa em se casar?
_Pensa eu penso sabe, até imagino muito meu casamento.
_Como?
_Queria que fosse em um lugar aberto sabe, ao ar livre. Durante o por-do-sol, pra que logo chegue a noite, e o céu esteja estrelado.
_Poético! – Niel debochou.
_Você perguntou, eu respondi!
_Nada de igreja?
_Imagina eu entrando na igreja Niel? Tá doido, ia ser queimado vivo. – eles riram.
_É melhor deixar igreja pra lá.
_E você, não quer se casar?
_Claro que quero, só não penso muito nisso. Ainda é cedo.
_Serei seu padrinho!
_Isso não foi um pedido, foi?!
_Lógico que não. Se não for eu meu amigo, acabo com a festa.
_A reciproca é verdadeira.
_Você seria meu padrinho numa boa?
_Não vou nem te responder.
Os dois, beberam novamente, e também beliscaram a porção de torresminhos. Estavam em um buteco no fim da cidade, praticamente vazio. Eram sete da noite de uma quarta-feira.
_Vamos casar juntos? – Pedro propôs.
_No mesmo dia?
_Topa?
_Certamente. A festa seria em dobro. Pensa num tanto de cachaça.
_Só fala em beber...
_Nada melhor. Agora só precisamos encontrar alguém.
_Mas você já tem.
_Ihhhh, lá vem você.
_Gosta dela, não quer é assumir. Tá perdendo tempo.
_Você também. – Niel atacou.
_Hum... nem.
_Porque?
_Cansei de sofrer.
_Também acho que não pode ficar assim também. Mas se ainda o ama...
_Não é amor!
_Não vale a pena mais parceiro... tentar?
_Não sei. Meu coração quer, mas a razão não.
_Siga seu coração.
_Tá falando igual alguém que eu conheço.
_Exatamente. Esse cara aí com quem to tomando uma cervejinha agora, mudou minha vida.
_Exagerado.
_Palavra de “Companheiros!”.
_Obrigado. Só não consegui mudar a minha.
_Revoltado. – Niel riu de novo, do sarcasmo.
_Hoje você tá hein... – Pedro pediu outra cerveja, com um aceno.
_Vamos casar em cinco anos então.
_Cinco anos? Nossa, em cinco anos acontece tanta coisa...”

_Pois é, descobri sim. Descobri que isso é muita verdade. Mesmo morando em uma cidadezinha como Pedreiras, cinco anos é tempo demais, e muda tudo. Não dá pra pensar com prazos tão longos. Nesses anos todos de “Companheiros!”, um dos meu amigos se formou na faculdade com enorme sacrificio, outros virou pai e vive pro filho, o Lucas conseguiu superar suas dificuldades com drogas, graças a Deus, eu vou me casar hoje, um virou estrela do futebol, outro foi embora da cidade e ele, o maior de todos meus amigos, foi-se para sempre – Niel tinha a voz embargada, algumas lágrimas vieram ao seus olhos – e é a história dele que vou contar, pois ele mudou a vida de cada um desses amigos. Mudou pra sempre!”

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