quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Personagem - A Ultima Festa

Tássia Leão: a primogênita do casal, Silvana e Dário. Tem exatamente a idade do casamento dos pais. Beleza misturada de ambos,é dona de uma personalidade dura, sagaz, amadurecida, sendo que desde nova esteve ao lado do pai, aprendendo a cuidar do que um dia seria seu e de seu irmão. A primeira a desconfiar dos negócios escusos do tio, acaba batendo de frente com ele. É a protagonista da trama. Fissurada por jipes, sempre esta em volta com sua turma fazendo trilhas indo em busca de emoções nas matas que cercam a propriedade da família na divisa com a Bolívia. Vai amar o jovem Guido, a quem conhece brigando. Nada mais contraditório.


“_ Não faça isso! Leve o que quiser! – aquele estranho estava parado ao lado da porta do carro dela, e apontava uma 765 diretamente pra sua cabeça.
_ Desça do carro! – ele ordenou.
Aos olhos de Tássia, aquele estranho não era um homem, mas sim um gorila "branco", enorme e monstruoso. Mesmo lutando contra seus instintos ela tentou manter a calma e resolver a situação. Mal imaginava que não tinha jeito. Brutus, capanga de Nestor, e estava ali para cumprir ordens.
_Leve o carro, leve tudo, a bolsa, relógio, tudo... - Indiferente aos comentários ele ainda continuou com a arma apontada para a moça, enquanto essa descia do veiculo.
_ Vamos garota! - e antes que ela percebesse, ele a segurava firmemente pelo braço indo até a camionete preta, com o qual tinha feito a abordagem.
Tássia, num primeiro impacto se desesperou.
_ Por favor, não. Deixe-me ir, leve o carro, dinheiro, bolsa, tudo, mas me deixe, por favor! – inutilmente ela se debatia e tentava se desvencilhar do grandalhão.
_Cale-se, não me aborreça, vamos entre aí! - ele foi ríspido. O compartimento de carga da camionete já estava aberto.
No fundo da sua mente, Tássia começava a entender o que estava acontecido. Era um seqüestro, premeditado, planejado, e logo seus pensamentos foram em direção ao tio e Romero, tinha certeza que isso tinha dedo dos dois, pela relutância do pai em fazer os transportes daquele boliviano que no momento ela não lembrava o nome.
_ Por favor, não faça isso, posso te dar o dobro de dinheiro. Quanto eles estão te pagando, por quanto meu tio te comprou? – agora ela já não tinha medo mais, sabia que morta não valeria nada, iria persuadir seu seqüestrador.
_ Calada, já disse. Nem tudo é por dinheiro garota! – essa resposta foi como um golpe para ela, mesmo assim insistiu:
_ Então me fale o que eles te dão, te dou em dobro, vamos fale! – ela mais exigia do que conversava - O que meu tio está te dando em troca disso tudo?
_ Não conheço nem um tio seu garota. Agora chega de conversa e entre no carro. – e dizendo isso jogou ela lá dentro.
Impetuosamente ela voltou, e se agarrou a ele, segurando seus braços, e olhando diretamente em seus olhos.
_ Fale, o que quer, talvez... mulheres. Isso mesmo, um homem como você, deve gostar de mulheres novas, e lindas... – nesse ponto ela apelou para a sedução, e embargou um pouco a voz – podemos negociar, arrumo quantas quiser, ou até... – e provocante ela começou a deslizar a mão pela virilha dele.
Brutus parecia um pouco inebriado com tudo aquilo, e nem percebeu que era um jogo, e estava caindo na dela.
_ Então, um homem como você, poderia me fazer sentir mulher... – sorrateiramente ela começou a sussurrar no ouvido de seu algoz, e sem esperar reação, cravou-lhe os dentes. Tão forte foi a mordida que o sangue jorrou imediatamente.
Urrando de dor, Brutus demorou a voltar a si, e perceber que Tássia corria. Sacando a arma sem hesitar, ele atirou na perna dela.
Foi certeiro, ela caiu já a uns bons metros longe dele. Também chorava de dor. Agora sim o medo e o pânico se instalaram nela.
_ Esse foi seu erro garota. - ele olho-a nos olhos, e logo em seguida deu uma coronhada na cabeça, que a fez desmaiar. Tássia desacordada, mal sabia que o pesadelo estava apenas começando.”

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